sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dilma sanciona Comissão na presença de militares

A presidente Dilma Rousseff evitou hoje usar a sua história de ex-guerrilheira política, no discurso durante a cerimônia de sanção das leis de criação da Comissão da Verdade e de Acesso à Informação. Dilma foi muito aplaudida em diversos momentos do discurso. Para ela, a data de hoje é histórica, em comemoração da transparência e da liberdade. 'Hoje o Brasil inteiro se encontra, enfim, consigo mesmo, sem revanchismo, mas sem a cumplicidade do silêncio'.
Os comandantes das três Forças estavam presentes à solenidade. Mas, em vários momentos, não aplaudiram o discurso da presidente. Durante o processo de elaboração da lei de criação da comissão da verdade houve muitas resistências dos militares, e a questão gerou muita polêmica nas Forças Armadas. O ministro da Defesa, Celso Amorim, ao final da cerimônia, amenizou o clima dizendo que 'todos estavam representando a verdade, sem revanchismo'. Uma ausência que chamou a atenção foi a do presidente do Senado, José Sarney, que foi contra o projeto de acesso à informação.
Tentando mostrar que estava ali como chefe de Estado e não como ex-guerrilheira, dando à solenidade um ar institucional, Dilma, em momento algum, se incluiu entre os perseguidos. 'Quando muitas pessoas foram presas, torturadas e foram mortas, a verdade sobre o nosso passado é fundamental, para aqueles fatos que mancharam a nossa história para que isso nunca mais volte a acontecer', disse a presidente, lembrando que foram muitos os que lutaram, que resistiram e que buscaram construir a democracia. E emendou: 'a lei do Acesso à Informação e a lei que institui a Comissão da Verdade se somam ao esforço e à dedicação de gerações de brasileiros e brasileiras que lutaram e lutarão para fazer do Brasil um país melhor, mais justo, menos desigual, por gerações de brasileiros que morreram e que hoje nós homenageamos, não com processo de vingança, mas através do processo de construção da verdade e da memória'.
Para a presidente Dilma, a lei de acesso à informação e a instituição da comissão da verdade têm uma 'importante conexão'. 'Uma não existe sem a outra, uma é pré-requisito para a outra, e isso lançará luzes sobre períodos da nossa história que a sociedade precisava e deve conhecer. São momentos difíceis que foram contados até hoje , ou melhor dizendo, foram contados durante os acontecimentos sobre um regime de censura, arbítrio e repressão', afirmou.

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