domingo, 8 de abril de 2012

A JUVENTUDE DO PT E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS: UMA CONTRIBUIÇÃO MILITANTE AO DEBATE (PARTE I)

Por Felipe da Silva Freitas[1]


O tema juventude tem, cada vez mais, se destacado na sociedade brasileira. No meio acadêmico, nos governos, nos parlamentos e na sociedade em geral tem crescido a preocupação com os jovens, suas demandas e seus direitos e tem se ampliado as ações, leis e políticas para este universo de mais de 52 milhões de brasileiros e brasileiras com idade entre 15 e 29 anos. Tal cenário, de crescente preocupação com a juventude e com os temas do universo juvenil, é terreno fértil para o debate sobre as juventudes partidárias e sobre o seu papel na formulação, na tática e na estratégia dos seus partidos.
No ano de 2012 – ano de eleição para prefeitos e vereadores – as articulações e sentimentos convergem para o campo da disputa do modelo de gestão das cidades e deságuam para o desafio de articular as lutas para construção de outro modelo de sociedade com os desafios e as necessidades na realidade local em que vivem as pessoas em geral, e os jovens em particular. Diferentemente das eleições para presidente e governador, onde o debate gira em torno de metas mais gerais e questões como política econômica, modelo de políticas públicas etc., nas eleições municipais o debate gira em torno de temas como transporte público, limpeza urbana, ordenação do solo urbano etc.. Os temas que, por excelência, são muito mais próximos das necessidades e interesses da população, portanto, uma grande oportunidade de ampliar o debate com a população sobre os seus problemas concretos e sintonizar os governos e os partidos com os interesses e necessidades de todas as juventudes.
Com as eleições municipais surge para os partidos políticos – e para sociedade em geral – uma grande oportunidade de aproximação com o universo de preocupações do jovem e para o debate franco sobre seus dilemas, necessidades, interesses e inquietações. Trata-se de uma ocasião em que, além da disputa publicitária dirigida pelas pesquisas e pelas empresas contratadas pelos candidatos, é possível deflagrar processos criativos de escuta e de articulação com as comunidades e em que é possível disputar idéias (além dos votos) em prol da construção de outro modelo de sociedade e de um outro modo de fazer política (democrático, solidário e participativo).
Do ponto de vista das juventudes dos partidos de esquerda este processo é absolutamente fundamental. Campanhas pelo voto aos 16 anos, Caravanas em favor das juventudes e das suas bandeiras, fortalecimento das candidaturas de jovens, enfim, são muitas as formas pelas quais as juventudes partidárias podem, com conteúdo, colaborar com a disputa – tática e estratégica – pela construção de disputa ideológica e da efetiva construção política, para além da disputa eleitoral.
Sem dúvida, é importante contar com a contribuição dos jovens nas mobilizações, na articulação das redes sociais e no ‘corpo a corpo’ para a conquista dos eleitores – campanhas com ampla participação de jovens geralmente tem muito mais chance de sucesso na disputa eleitoral – contudo, a participação dos jovens nas campanhas não pode se confinar ao espaço da mobilização e do ativismo. É importante que os jovens estejam organizados na direção política do processo eleitoral e que possam colaborar programaticamente para o debate sobre os direitos da juventude e sobre o ponto de vista dos jovens sobre todas as questões do desenvolvimento das cidades.
Não basta ter jovens participando da mobilização durante o processo eleitoral. O fundamental é que a juventude atue tanto na mobilização, quanto na formulação das políticas e na definição dos rumos das campanhas, mais do que uma tática para conquista de votos o tema juventude é fundamental para o efetivo debate sobre as políticas públicas nos municípios e para a construção de novos olhares sobre o desenvolvimento local. Que em 2012 as juventudes partidárias atuem para além da pauta eleitoral e apresentem uma substantiva pauta política em favor de outro modelo de sociedade, com cidadania e inclusão social para todas e todos.
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[1] Felipe da Silva Freitas é militante da Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT).

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